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O Rap me formou cineasta

 Por Daniel Neves, diretor do documentário "O Rap da Vila Rio" Nas letras, no ritmo, nas ideias, na atitude, na estética,   na reflexão política e humana,   o Rap pra mim é uma escola Quando a gente começa a fazer cinema de quebrada, uma das nossas principais referências é o RAP. Na nossa geração dos anos 90, o RAP surgiu como uma música peculiar, falava gíria (gíria não, dialeto), usava uma linguagem que era próxima de nóis e conseguia se comunicar com o gueto. O RAP sempre foi mais que uma música, é uma cultura, uma atitude, uma forma de pensar, um grito contra o sistema. Era impressionante que ele furava a bolha da grande mídia. Eu cresci ouvindo RAP nos rádios da quebrada, mas, principalmente, cresci ouvindo nas ruas, praças, vielas e esquinas do meu bairro. Eu observava MCs fazendo freestyle, compondo sons em cadernos velhos, elaborando beats no violão, na percussão e na boca. Aquilo ali sempre foi um aprendizado. Enquanto cineasta, escritor, professor de filosofia

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